8 de outubro de 2007

CICATRIZES DE GUERRA


Abandonados por todo o lado, nos beirais dos caminhos


soprados de verde-chuva sobre o vermelho das picadas,


jazem as cicatrizes latejando ainda memorias


talhadas no zunir dos ferros, engrenagens e murteiros...


a alma, assustada, esquece os gritos dos meninos, os clamores


perdidos, oracoes das mulheres, de seios mirrados


amamentando filhos ja mortos no futuro estupido


raiando sangue no quotidiano dos dias palidos


de Novembro florindo acacias-rubras sobre o chao


informe onde jazem mortos os filhos de mukayas tambem


elas ja mortas, apodrecidas... cicatrizes.





Namibiano Ferreira

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